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14 outubro 2012

Pequena Leitura...



Hoje domingo estava procurando algo curto para ler, então fui procurar crônicas, lógico. Foi ai que eu encontrei esse texto super fofo e resolvi vir postar como o texto da semana. Acho que está na hora de começar a postar outras coisas no blog além de resenhas sobre livros e começar a postar sobre outras coisas que eu gosto.
Então pra distrair um pouquinho...


Coração de Papel - Fernanda Takai

"Sabe aqueles garotos que estão na fase mais desajeitada do mundo, com ossos sobrando por toda parte? Ele era assim. Com a voz nem grossa, nem fina. Cabelos que parecem precisar sempre de um corte – nem lisos, nem anelados. Cotovelão, joelhão. A natureza parece que está fazendo troça dele. Pois foi justamente nessa época que ele se apaixonou pela menina mais bonita da sala.
Ela era uma princesinha. Não tirava notas altas, mas passava sempre de ano, era esforçada e muito simpática. Todo mundo queria ser do seu grupo de estudos. Tinha especial dom para trabalhos manuais, a professora de artes não cansava de elogiá-la. Na época de festa junina, era campeã de bilhetinho de correio elegante.
Numa festa do colégio, o menino mais desajeitado do mundo mandou um coração de papel com uma mensagem para a garota mais popular da sala. O anonimato o encorajava, tanto que ele mesmo entregou o bilhetinho. No dia a dia ele era quase invisível mesmo…
− Pediram pra entregar pra você.
− Quem foi?
− Não posso dizer, prometi que não contava.
− Que lindo!
− Tchau.
− Espera!
− O que foi?
− Você me diz quem mandou esse bilhetinho?
− Tenho que perguntar antes. Daqui a pouco eu volto.
Naquele dia ele não voltou. Algum tempo depois, durante o recreio, ele a procurou de novo, dessa vez com uma carta. Como escrevia bem, caprichou na declaração de amor.
− Tem outra mensagem pra você!
− Você sumiu aquele dia…
− Tive que ir embora.
− Quem é que manda essas coisas lindas?
− Não posso contar.
− Você quer lanchar comigo?
− Agora?
− É, senta aí. Conta mais sobre esse seu amigo secreto que gosta de mim…
− Ah, não sei se devo. Ele ia ficar bravo se eu contasse…
Um período letivo se passou e mais cartinhas misteriosas eram entregues. O menino mais desajeitado da escola passou a ser o melhor amigo da menina mais bonita e simpática. Ele não se continha de felicidade. Os outros não entendiam aquelas conversas constantes no recreio. Ela dando cada vez mais atenção a ele.
Um dia ela lhe entregou uma cartinha-resposta, como de costume.
− Pode abrir e ler.
− De jeito nenhum! Meu amigo ia ficar chateado…
− Leia, por favor!
Ele começou em voz alta: “Querido admirador secreto, acho que não podemos mais continuar à distância. Sei que você teme se mostrar. Mas timidez tem limite. Durante esses meses de mistério, eu me apaixonei por você e por suas palavras, mas também por outra pessoa. Talvez ele nem goste tanto de mim como você diz gostar, mas prefiro arriscar a ficar nessa incerteza. Por favor, pergunte ao seu amigo que me entrega as cartas se ele quer ir ao cinema comigo…”.
O garoto corou. Dobrou a carta lentamente e, ainda sem conseguir olhar para ela, perguntou:
− Você sabia?
− Desde o primeiro dia.
− Que bobo eu fui, né?
− É, mas eu adoro bobões desajeitados que escrevem bem”

07 outubro 2012

O Caçador de Pipas- Khaled Hosseini


Sinopse: Este é um romance emocionante, envolvente, que nos cativa logo nas primeiras páginas. Livro de estréia de Khaled Hosseini, "O Caçador de Pipas" é uma narrativa insólita e eloqüente sobre a frágil relação entre pais e filhos, entre os seres humanos e seus deuses, entre os homens e sua pátria. Uma história de amizade e traição, que nos leva dos últimos dias da monarquia do Afeganistão às atrocidades de hoje. Amir e Hassan cresceram juntos, exatamente como seus pais. Apesar de serem de etnias, sociedades e religiões diferentes, Amir e Hassan tiveram uma infância em comum, com brincadeiras, filmes e personagens. O laço que os une é muito forte: mamaram do mesmo leite, e apenas depois de muitos anos Amir pôde sentir o poder dessa relação. Amir nunca foi o mais bravo ou nobre, ao contrário de Hassan, conhecido por sua coragem e dignidade. Hassan, que não sabia ler nem escrever, era muitas vezes o mais sábio, com uma aguda percepção dos acontecimentos e dos sentimentos das pessoas. E foi esse mesmo Hassan que decidiu que Amir seria, durante a batalha da pipa azul, uma pipa que mudaria o destino de todos. No inverno de 1975, Hassan deu a Amir a chance de ser um grande homem, de alterar sua trajetória e se livrar daquele enjôo que sempre o acompanhava, a náusea que denunciava sua covardia. Muito depois de desperdiçada a última chance, Hassan, a calça de veludo cotelê marrom e a pipa azul o fizeram voltar ao Afeganistão, não mais àquele que ele abandonara há vinte anos, mas ao Afeganistão oprimido e destruído pelo regime Talibã. Amir precisava se redimir daquele que foi o maior engano de sua vida, daquele dia em que o inverno foi mais cruel.

Tive um pouco de dificuldade em terminar esse livro, não por ele ser chato e sim por ele ser triste e ter me feito chorar muito, a verdade eu acho é que eu não queria chegar ao final do livro e ficar mais triste do que já estava e a leitura, por mencionar muito do Afeganistão, também foi um pouco cansativa.
Do mesmo jeito não tenho que dizer que é um péssimo livro, por que não é. O livro é maravilhoso e com muito conteúdo sobre amizade, traição, amor e guerras que até hoje existe e claro a vida dos Afeganistão e sua cultura.